Globalmente, embora as fontes hídricas sejam abundantes, elas são frequentemente mal distribuídas na superfície do planeta. Em algumas áreas, as retiradas são tão elevadas em comparação com a oferta, que a disponibilidade superficial de água está sendo reduzida, e os recursos subterrâneos rapidamente esgotados.
Tal situação tem causado sérias limitações para o desenvolvimento de várias regiões, restringido o atendimento às necessidades humanas e degradando ecossistemas aquáticos. Levantamentos realizados pela organização meteorológica mundial da ONU indicam que 1/3 da população mundial vive em regiões de moderado a alto stress hídrico, ou seja, com um nível de consumo superior a 20% da sua disponibilidade d’água.
As estatísticas da ONU demonstram claramente que, nos próximos 30 anos a situação global das reservas hídricas tende a piorar, caso não hajam ações energéticas para a melhoria da gestão da oferta e demanda d’água. Neste mesmo cenário, é previsto uma elevação para 2/3 dos habitantes do planeta vivendo em áreas de “moderado a alto stress”.
A situação é bem pior nos países em desenvolvimento. A escassez d’água tem sido intensificado e a saúde humana gravemente afetada pela aceleração da contaminação de recursos d’água potável, especialmente em regiões de urbanização intensa.
O crescimento da demanda mundial, por água de boa qualidade, à uma taxa superior à do ciclo hidrológico é, consensualmente, previsto nos meios técnicos e científicos internacionais. Este crescimento tende a se tornar uma das maiores pressões antrópicas sobre os recursos naturais do planeta no próximo século.
97,50% da disponibilidade mundial da água está nos oceanos (água salgada), ou seja, água imprópria para o consumo humano, a não ser que seja realizado um processo de dessanilização, o que requer um investimento muito alto. Logo em seguida, temos que, 2,493% encontra-se em regiões polares ou subterrâneas (aquíferos), de difícil aproveitamento.
Somente 0,007% da água disponível é própria para o consumo humano, e está em rios, lagos e pântanos (água doce). Este 0,007% de água doce está dividido, sendo que apenas 8% é destinado ao uso individual (clubes, residências, hospitais, escritórios, outros).
A tendência para os próximos anos, é um aumento ainda maior no seu consumo, devido a demanda e o crescimento populacional acentuado e desordenado, principalmente nos grandes centros urbanos.
Disponibilidade no Brasil:
O Brasil apresenta 14% do recurso hídrico mundial, sendo a distribuição dos mananciais. Nela verificamos que 80% da água doce se encontra na região amazônica, mas que abastece apenas 5% da população brasileira. Os 20% restantes estão divididos pelo país, e abastecem 95% da população brasileira.
Previsões 1999 2050
População Mundial 6.0 bilhões 9.4 bilhões
Suficiência 92% 58%
Insuficiência 5% 24%
Escassez 3% 18%
GRÁFICOS: